quinta-feira, 28 de abril de 2011

Do peito pra dentro




Quem souber o que se passa no fundo da alma, pode parar para contar, quero desvendar todos os enigmas do mar, do sorriso bonito, do abraço largo daquele que tomou meu espaço.
Do peito pra dentro bordejos filosóficos, alfarrábios mentais, delírios carnais, fantasias loucas sem finais, frases longas, conversas intermináveis e pensamentos irreveláveis.
Se quiser me encontrar entra no meu sonho, estou sempre a sonhar, com olhos abertos, lápis na mão, essa é a minha condição.
Do peito pra dentro é só amor, vez ou outra a tristeza chega, vem brincar com meus sonhos, revira alguns, deixa outros de pernas pro ar e sai a cantar, nunca fica em definitivo pois sabe que aqui dentro do meu peito seu tempo é passageiro.
Nesses dias de chuva fica tudo meio nostálgico, aquele abraço, aquele sorriso, aquela melodia, ler um livro de poesia, ouvir um poema cantado de Drummond, achar sem graça o vôo do beija-flor, dias de chuva tem disso.
Convém achar uma fórmula para recriar tudo que há de bom, em dias de chuva tanta beleza que há, da gota de chuva a nos beijar, do cheiro de mato, do papo contrariado, do frio procurando alguém para esquentar.
Alguém para amar, um telefonema inesperado e o peito acelerado, a noite será longa, do peito pra dentro todo universo de sentimentos, todas as sensações daquele momento, a cabeça que não para de pensar, o corpo reluta mais o coração na teimosia ganha mais uma vez, mais uma noite de desejo e euforia.
Do peito pra dentro não há o que desvendar, nem o que revelar, almas prolixas, histórias com finais felizes, jardins floridos e mais um verso para guardar dentro do peito.

Renata Bartilotti
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