terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Feminino Masculino

Homens erguem espadas
Mulheres carregam a cruz

Anjos andrógenos
sem orgulho
nem glória
choram torrentes

Cada qual
com sua dor e culpa
girando os
ponteiros da mesma
roda.
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Meus Poemas

Estou terminando de digitar e criando coragem para postar meus poemas, os de autoria Renata Bartilotti....
Dá um friozinho na barriga.
Em breve coloco aqui!
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FIM DO DIA (de Arnaldo Antunes)

"Demora tanto, demora tanto pra crescer
Pra depois de uma hora pra outra morrer
Tem que mamar, tem que comer e beber
Deixar vir e ir sofrimento e prazer

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia

Uma cara que anda tem que chegar em algum lugar
Um cara que trabalha trabalha trabalha deve se cansar
O cara estuda tanto e ainda tem tanto pra aprender
Passa o tempo e fica mais fácil esquecer

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia
Se despede da sua dor
Diz adeus à sua alegria

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia"
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Rica

Eu gostava de estar rica de alguma coisa.
Já no final da infância, tive um alumbramento,
fiquei tomada de espanto:
eu era a pessoa mais feliz do mundo!
Um mistério soberbo invadia meus dias
e, por ser a agraciada, em algum momento
me convocariam a um ato grandioso:
ou trabalhar mais do que todos ou morrer de repente.
No cume da adolescência, meu espanto foi outro,
mais pesaroso e de igual comoção:
eu era a mais sofredora dos mortais!
O que me esperava, o prometido, estava muito distante:
só os anjos me amavam, mas não podiam me escutar.
Com os anos, fui me desabitando de felicidade
e sofrimento e ocupando do trânsito incansável
entre o de dentro e o de fora,
da sagração rotineira das coisas.
Hoje estou rica de mundos.
Porque estou aqui e me transporto.
Tudo presente e espera.


De Raiça Bomfim
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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Aunciação


Alceu Valença

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Pra brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
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Nenhum Homem é uma Ilha Isolada

"Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar dos teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano, e por isso não me perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti". Jonh  Done, escritor inglês ( 1572-1631 )
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